segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Gestão da Dinâmica do Conhecimento

RESUMO
AGRADECIMENTOS
O AUTOR E SEU ENCONTRO COM A GDC
O ESPÍRITO EMPREENDEDOR: da Imitação à Inovação

PARTE I - A GDC PRONTA PARA USO
1. Apresentação Básica da GDC em PREZI
2. Apresentação Ampliada da GDC em PREZI
3.Apresentação do Tema  "Tecnologia de Projetos: conceitos básicos" em PREZI
4. A Dinâmica do Conhecimento em Texto Sintético
5. A GDC em Texto Ampliado Visando à Prática
6. Artigo Técnico: Gestão de um Projeto de Cunho Social Aplicando a GDC

PARTE II - APRESENTAÇÃO ACADÊMICA DA GDC
7.  Capítulo 5 desta Dissertação

PARTE III - CONCEITOS E FERRAMENTAS DE SUPORTE  À GDC
8. Imitar, Aperfeiçoar, Inovar
9. A Fonte das Ideias 
10. A Leitura Estratégica
11. O Raciocínio Estratégico
12. O Poder Criador da Mente
13. Comunicação Interpessoal Empática: o padrão OCER
14. Aprendizagem Colaborativa
15. Motivação e Liderança

PARTE IV - USANDO A GDC PARA CRIAR MATERIAIS DIDÁTICOS SOBRE MINERAÇÃO
16. Apresentação do Tema Mineração em PREZI
17. Apresentação do Tema Mineração (em inglês) em PREZI
18. Apresentação do Tema Mineração e Sustentabilidade em PREZI
19. Apresentação do Tema Lavra Subterrânea em PREZI
20. Apresentação do Tema Lavra a Céu Aberto em PREZI
21. Apresentação do Tema Processamento Mineral em PREZI
22. Apresentação do Tema "Projetos de Mineração: conceitos básicos" em PREZI
23. Exemplo de Solução de um Problema Operacional em Equipe (CCQ) em PREZI
24. Apresentação do Tema Mercado e Carreira do Engenheiro de Minas em PREZI
25. Resumo Executivo do Tema Pesquisa Mineral
26. Resumo Executivo do Tema Lavra
27. Resumo Executivo do Tema Tratamento de Minérios

PARTE V - CONEXÃO DA GDC COM A INOVAÇÃO E O ESPÍRITO EMPREENDEDOR
28. Resumo de livro 1:  Inovação e Espírito Empreendedor, de Peter Drucker
29. Resumo de livro 2: Da Imitação à Inovação " (...) Coreia do Sul", de Linsu Kim
30. Resumo de livro 3: Dominando a Dinâmica da Inovação
31. Artigo de 01 página: Inovar no Brasil
32. Artigo sintópico de 01 página: Atitudes, Diretrizes e Método para o Empreendedorismo Inovador
33. Caso Prático 1: Criação de uma Empresa de Sucesso Partindo de Conhecimento Intuitivo da GDC
34. Caso Prático 2: Compreendendo a Dinâmica do Conhecimento para Inovar em Gestão

PARTE VI -  CONEXÃO DA GDC COM A EDUCAÇÃO
35. O Professor como Pesquisador
36. Um Caso de Aprendizagem Individual Autônoma no Ensino Superior
37. Ensino e Aprendizagem: uma reflexão para atualização didática
38. Um Método Promissor para Ensinar o Aluno a Aprender com Alegria
39. Alguns Referenciais para a Formação do Cidadão Produtivo Brasileiro

PARTE VII - A GESTÃO PARTICIPATIVA EM CONEXÃO COM A GDC
40.Textos Didáticos sobre o 5S 
41. Vídeo Sintético sobre o 5S 
42. Apresentação Sumária do CCQ 
43. O Banco de Ideias

PARTE VIII - NATUREZA HUMANA E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
44 . A Natureza Humana
45. Transformação Social no Século XXI

PARTE IX - O PENSAMENTO ESTATÍSTICO
O pensamento estatístico é muito importante para quantificação, mas há tanto material disponível na Internet que não vale a pena escrever sobre ele. Favor pesquisar no Google.

 BIBLIOGRAFIA: Ver final do Capítulo 5, PARTE I



quarta-feira, 22 de abril de 2015

Opinião, crença e saber

Afirmou Immanuel Kant que: “O considerar algo-verdadeiro (...) possui os seguintes três graus: opinar, crer e saber.” A opinião é tanto subjetiva quanto objetivamente insuficiente. A crença, embora seja subjetivamente suficiente, é objetivamente insuficiente. Já o saber é tanto objetiva quanto subjetivamente suficiente.

Esses conceitos representam um bom critério para a escolha de líderes, a partir de seus discursos e práticas. Os botequins estão cheios de bêbados que têm opinião sobre tudo. Suas opiniões são tão firmes quanto as próprias pernas: - desabam diante do primeiro obstáculo. Os partidos políticos estão cheios de crentes nas palavras dos seus líderes. Essas crenças podem ser tão fortes que o indivíduo nunca muda de partido, mesmo diante das maiores evidências de que seus líderes são lobos em pele de cordeiro. Já o saber é algo raro, mesmo entre aqueles que vivem exclusivamente dos frutos da atividade científica. Em verdade, todos nós temos muitas opiniões, algumas crenças e poucos saberes.

Alguns líderes têm o dom de “detectar” o que as pessoas querem ouvir. Com base nesse dom, montam o teatro e dominam o espetáculo com presença cênica irrepreensível. Para tanto usam, além da própria intuição, institutos especializados em detectar as últimas opiniões das pessoas. As opiniões flutuam e, aqueles que se orientam por elas, mudam seus discursos ao sabor do vento. Com o tempo acabam sendo desmoralizados.

Alguns líderes baseiam suas ações em princípios herdados, sem os questionar. Princípios ruins, herdados da tradição, embora sejam defendidos com a melhor das intenções, podem gerar resultados tão danosos quanto o pragmatismo que flutua ao sabor das opiniões. Todos os tipos de fanatismos, na filosofia, na política, na religião e na falsa ciência, levam à criação de sistemas que se impõem pela combinação de autoridade, tradição e força. Porque Platão e Aristóteles disseram isso ou aquilo, os escolásticos conduziram séculos de disputas sobre palavras, fazendo retardar a evolução do conhecimento humano.

Por outro lado, existem princípios que emergem cada vez mais poderosos, apesar de todos os ataques, e se despontam como necessários à condução da vida no meio de opiniões mutantes, crenças absurdas e falsos saberes. Neste sentido destaca-se a Regra de Ouro, que permeia todas as grandes religiões e filosofias, e se constitui no porto seguro das consciências limpas. Respeitar o outro, preferindo sofrer danos do que provocá-los, eis um princípio fundamental que mostra a sua efetividade sempre que praticado. Sem dúvida, trata-se de um excelente critério para se descobrir um bom líder.

A maioria dos autodenominados líderes, como sabemos, seguem o fluxo da opinião dos seus liderados tendo, eles próprios, meras opiniões sobre tudo. Alguns acreditam, de boa consciência, em princípios que herdaram dos pais, que herdaram de seus avós, e assim por diante. Outros, ainda, apegam-se à Regra de Ouro e buscam o conhecimento sem arrogância. Quanto àqueles que têm algum saber real, sua primeira postura é, como Sócrates, reconhecer que sabem muito pouco diante da complexidade do mundo. Essas pessoas, que são raras, não lutam pelo poder. Antes, propõem-se, quando chamadas, a prestar os serviços necessários ao bem coletivo.

Sabe-se que, ao se aplicar a dinâmica do conhecimento, pode-se partir de opiniões, crenças ou saberes prévios. Porém, só o ciclo completo envolvendo a ideação, a experimentação, a avaliação, a sistematização e a operação podem gerar conhecimento embutido nos bens, nos serviços e nos sentimentos exigidos pela vida de boa qualidade. Enquanto se está adquirindo conhecimento, entretanto, é necessário pautar a ação por princípios éticos fundamentais, testados pela História, como a Regra de Ouro. O verdadeiro conhecimento só se manifesta a longo prazo, sendo inevitável que nos esforcemos para dominar a dinâmica do conhecimento seja imitando, aperfeiçoando ou inovando.

domingo, 1 de junho de 2014

O ESPÍRITO EMPREENDEDOR: da Imitação à Inovação

A GDC - Gestão da Dinâmica do Conhecimento - visa à realização do potencial humano de produzir, individualmente ou em equipe, as condições mais adequadas à vida de boa qualidade. Outra forma de referir-se ao seu objetivo principal é dizer que ela visa a desenvolver o espírito empreender, em sentido amplo, da imitação, passando pelo contínuo aperfeiçoamento e culminando na  inovação de ruptura.

Parece que os animais em geral nascem com um programa a ser executado dentro de um escopo limitado. O ser humano, por outro lado, parece nascer com um programa mais aberto, passível de adaptação a circunstâncias mais amplas. É da sua natureza imitar, aperfeiçoar e, mediante necessidade manifesta ou visão de futuro, inovar radicalmente.

Pode-se dizer que o ser humano nasce, assim, com um espírito empreendedor, mas que esse espírito precisa ser posto em prática, seja para enfrentar crises reais ou crises induzidas. Pode-se empreender, em sentido genérico, sem a necessidade de criar uma empresa, ou ocupar cargos importantes. Pode-se empreender, por exemplo, nas relações humanas, no trabalho de limpeza, numa profissão liberal, na criação de empresas ou na direção de um país. Isto é, pode-se realizar o potencial humano latente no ser humano em quaisquer atividades.

O ciclo da dinâmica da atividade, que deve ser transformado num ciclo da dinâmica do conhecimento pelo ser consciente, consiste em: ideação, experimentação, avaliação dos resultados dos experimentos realizados, consolidação desses resultados em sistemas operacionais tácitos e explícitos, operação do sistema e contínuo questionamento de meios e fins envolvidos, além de novas ações que promovam a realização de potenciais, necessidades e desejos. Esse ciclo possui três níveis básicos: imitação, aperfeiçoamento e inovação.

A imitação consiste na aprendizagem do existente. Pode ser realizada sob várias nomenclaturas, algumas delas usadas apenas para amenizar o impacto negativo da palavra imitação, tais como: aprendizagem das boas práticas, domínio do estado da arte, domínio tecnológico, nivelamento cultural etc. Alguns nomes técnicos para a imitação, no campo dos negócios, podem ser: engenharia reversa, criação de produtos a partir de sementes e benchmarking. Alguns empresários, como Sam Walton e Jack Welch assumiram, sem meias palavras, que copiavam quaisquer boas práticas, em qualquer lugar do mundo.

A aprendizagem intercultural é uma realidade, além de ser uma necessidade. Ralph Linton, no livro O Homem, ilustra a aprendizagem mútua entre culturas com um exemplo interessante. Ele supõe um cidadão americano conservador que, após ler sobre notícias de dificuldades em outros países, agradeça “a uma divindade hebráica, numa língua indo-européia, o fato de ser cem por cento americano”. Além dessa dependência fundamental, eis alguns dos objetos cuja existência esse americano deve a outros povos: a cama, o pijama, o sapato, a camisa, a gravata, o café, o açúcar e uma infinidade de outros objetos. Os animais abatidos para sua alimentação, como o porco, a galinha e a vaca foram todos domesticados por povos distantes. Na verdade, quando se fala em civilização ocidental, freqüentemente se pensa num conjunto de crenças, valores e objetos que, em grande parte, são de origem oriental. A imitação é um processo universal inevitável.

A imitação superpõe-se à filosofia e à prática do aperfeiçoamento. O processo de dominar o existente pode levar muitos anos, e exige aperfeiçoamento contínuo. Por outro lado, o aperfeiçoamento contínuo decorre de uma filosofia de vida que, se não for aprendida desde o berço, torna-se extremamente difícil de ser aprendida mais tarde. Talvez seja por isso que, perguntado sobre como o Brasil poderia compreender e aplicar essa filosofia, o consultor da JUSE (Japanese Union of Scientists and Engineers), senhor Ichiro Miyauchi, afirmou que, se o País trabalhar duro durante uns trintas anos, mobilizando maciçamente sua população, talvez ele consiga absorver essa filosofia em larga escala. Trata-se de um grande desafio de mudança cultural.

A inovação tanto pode ser entendida como fruto de constantes aperfeiçoamentos, como de uma decisão de romper com o existente e fazer algo nunca visto. Seu impulso maior vem da necessidade de reagir a crises, mas pode vir também de uma visão de futuro positiva a ser construído. Não há garantia alguma de que a inovação dê bons resultados, embora, em algumas situações, a ausência de inovação garanta a estagnação e a degeneração das condições de vida.

A GDC, conforme aqui interpretada, apresenta o método nuclear, seja para a imitação, o aperfeiçoamento ou a inovação de ruptura. Como afirmou Einstein (veja o seu livro Notas Autobiográficas) no caso da ciência avançada, para se fazer inovação de ruptura não basta seguir um método; é preciso ter talento e fé, ou força de vontade. Creio, entretanto, que o talento se manifesta apenas aos que têm constância de propósito, e acreditam que o têm, conformou opinou Henry Ford na máxima "Quer você acredite que pode, quer você acredite que não pode, você está certo."

sábado, 14 de dezembro de 2013

O Problema da Verdade e a Solução de Problemas

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. João 8:32”.  Esta é uma afirmação cujo valor fundamental pode ser constatado por qualquer pessoa mentalmente sadia,  no tempo,  antes e após a tomada de decisões.  

Outra máxima de grande valor  vem do Bhagavad Gita, considerado o documento  síntese do pensamento védico que remonta a cerca de três mil anos antes de Cristo, procedente do Vale do Hindu, atual Índia: “O verdadeiro conhecimento é aquele no qual o conhecedor torna-se um com aquilo que é.” Dessa afirmação decorre que “ Aquilo que é, é a verdade.”   

Apesar das muitas acepções que os dicionários trazem sobre o vocábulo, evidencia-se, para mim, que sua definição mais precisa pode ser dada como: “A verdade é o que  é.” Essa definição dá uma solução literal genérica à pergunta “O que é a verdade?”, restando respondê-la para cada situação concreta particular, por meio de pesquisa, individual e coletiva, do tema em questão.

A filosofia, a religião e a  política evidenciam que o problema central da verdade é encontrar um critério de verdade que seja verdadeiro. Nesses campos, formam-se partidos que têm fé em certas visões de mundo, e seus adeptos, quando esgotam os seus argumentos, costumam, ou costumavam, agir com violência para impor os seus pontos de vista, exceto se adeptos da  não-violência.

De acordo com Einstein - veja-se o livro A Imaginação Científica, de Gerald Holton - é a fé que move a busca da verdade, principalmente na ciência avançada. A razão é o seu instrumento de pesquisa ou, como disse Freud "a fraca luz" que orienta essa busca. No livre mercado, nem mesmo está em jogo a busca da verdade, mas a satisfação de desejos, manifestos ou latentes, estes últimos estimulados a virem à tona pela propaganda. Contudo, a verdade acaba se impondo nas situações-limite nas quais as leis naturais são desafiadas. 

Nesta reflexão, interessa a verdade sob a perspectiva da vida prática. Admite-se que se deve partir do conhecimento mais avançado acessível, garantir o domínio desse conhecimento e caminhar buscando melhores soluções para os problemas práticos encontrados, sob as restrições inerentes à situação.  Contudo, esses resultados provisoriamente satisfatórios podem esconder verdades ocultas que são como passivos de riscos submersos que emergem em determinados momentos com consequências negativas avassaladoras.

Isso aconteceu muitas vezes ao longo da História, e ainda acontece hoje. Algumas dessas verdades não são tão ocultas, mas apenas  ignoradas em função de interesses de curto prazo,  até que imponham crises decisivas, exigindo uma nova postura. A busca da verdade visando à solução dos problemas da vida exige persistência, disciplina e método, sob a perspectiva  de um melhorismo contínuo da  qualidade dos resultados alcançados.  

A imitação, a imitação criativa e a inovação de ruptura embora, idealmente, devessem ser buscadas como etapas evolutivas sucessivas, - caso da Coreia do Sul -, podem conviver ao longo do tempo - caso da China atual -. Quanto ao método, ele consiste, grosso modo, em: ideação, experimentação, sistematização e posta em prática da solução encontrada,  com permanente atenção à pergunta  “sastisfaz?”. Quanto aos critérios de decisão, eles são vários, sejam tecnicamente necessários, legalmente impostos ou estabelecidos pelo acordo entre as partes envolvidas. E assim avança a tecnologia do conhecimento.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Aprendendo a aprender uma matéria que me causava terror

(Versão do documento: 07/02/2010)

Gustavo Nunes Martins
Atualmente trabalha na Alemanha em projetos de alta tecnologia. É Engenheiro Aeronáutico pelo ITA(Brasil), tendo cursado seu último ano de graduação na Universidade Técnica de Berlim (Alemanha)

Estudante da faculdade de engenharia conhecida por ser a mais estressante do Brasil (ITA), deparei–me com a situação de ter que fazer uma prova de recuperação de uma disciplina de Estruturas Aeronáuticas cujo apelido era “A Matéria do capeta”. Para as provas desta disciplina os alunos podem levar anotações de aula. Todos sempre levavam, mas a maioria ia mal, tamanha a complexidade das questões. Os três melhores alunos da sala conseguiam tirar, no máximo, 80% da nota máxima. O restante tinha notas entre 40% a 65%, nota insatisfatória, as quais era possível compensar fazendo listas de exercícios. Minha média nas provas tinha sido 35%, chegando a tirar até 10% em uma prova! Como eu não conseguia fazer as listas, eu me percebia como sendo o pior aluno da sala.

A preparação para a prova de recuperação deveria ser feita durante meus três meses de férias, mas, por estar fazendo estágio intensivo, só tive duas semanas para me preparar. Os melhores alunos consideravam que fazer os exercícios era um pré-requisito para tirar alguma nota na matéria. Até mesmo aqueles que faziam todos os exercícios tinham dificuldades e obtinham, no máximo, a nota “suficiente”. Se quem fazia todos os exercícios ia mal, imaginem eu, que não estava com motivação nem tinha tempo para fazer nenhum! Pedi ajuda aos melhores alunos: eles não podiam me ajudar, pois já haviam esquecido a matéria. Não havia ninguém que pudesse me ajudar. Entrei em desespero total!

Para piorar, eu só seria “perdoado” pela minha faculdade caso tirasse 85% da nota na prova de recuperação. Caso contrário eu estaria preparando o caminho para ser desligado da faculdade na qual depositei minhas esperanças de uma carreira promissora! Se eu tirasse menos de 75% da nota teria que repetir a matéria no próximo ano. Se tirasse menos de 65%, seria obrigado a esperar o próximo ano para repetir todo o semestre! Esforcei-me para entender a matéria e fazer alguns exercícios, mas julguei a missão impossível!

Assim, pensei: - Pronto. Acabou-se a minha vida! Depois de passar por um terror psicológico, lembrei-me de que no Banco no qual estagiava eu fazia várias análises complexas e que, no início, ninguém entendia nada. Então, tomei a iniciativa de mostrar as mesmas informações da maneira mais simples possível para que todos pudessem entendê-las com o mínimo de esforço. A experiência me ensinou que qualquer gráfico que precisasse de um esforço mental para sua interpretação criava uma barreira imediata, pois as pessoas precisavam reservar o seu esforço mental para atividades que agregassem mais valor ao seu trabalho. Compreendi que era meu papel fornecer as informações de maneira tão organizada e clara que o entendimento poderia ser alcançado num relance.

A lembrança da experiência no Banco induziu-me a ter uma intuição, um clique: - “Uma tabela bem feita vale mais que um cérebro!” Assim, pesquisei todas as minhas provas antigas e fiz um diagrama de todos os meus erros mais comuns, tentando imaginar por que eles aconteciam. Depois de algumas horas, finalmente descobri como fazer um único diagrama que me permitiria entender todas as 400 paginas do livro de estruturas em um único olhar. Com esta tabela pude, ainda, descobrir que o livro era incompleto em alguns temas. A “Matéria do capeta” se tornou a matéria mais banal para mim.

Fiquei tão entusiasmado com o diagrama que, ao invés de fazer os exercícios imediatamente, resolvi fazer algumas simulações mentais para avaliar o grau de dificuldade dos mesmos. Verifiquei, surpreso, que o diagrama tinha todas as fórmulas possíveis, discriminando muito facilmente em qual situação cada uma delas deveria ser usada. Então, tive a confiança necessária para decidir que as simulações realizadas mentalmente tinham sido suficientes, e que não precisaria fazer nenhum exercício.

Dito e feito. Na hora da prova, inicialmente fiquei gelado, pois ela veio mais complexa do que o habitual. Entretanto, consultei meu diagrama, claro como cristal, e vi imediatamente como deveria proceder para solucionar as questões propostas. Superando a minha baixa auto-estima inicial, fui o único que tirou os tais 85% da nota máxima.

Minha conclusão: - "Uma tabela bem feita vale mais que um cérebro."

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Inovar no Brasil

(Autoria: alunos da disciplina EMN006 Inovação e Espírito Empreendedor 2012/2 UFMG, lecionada por mim)

De acordo com o último Relatório Global de Competitividade, divulgado pelo World Economic Forum (WEF) o Brasil passou da 58ª economia mais competitiva do mundo para a 53ª. Apesar de este “salto” revelar certo avanço do país, o posicionamento atual ainda é desconfortável, uma vez que o Brasil é a sexta maior economia do mundo.

Contribuindo com cerca de 56% de todas as publicações da América Latina, o país não possuir nenhuma universidade entre as 150 melhores do mundo, demonstrando que os professores e pesquisadores se destacam na publicação científica especializada. Apesar de ocupar posição admirável na produção científica mundial (13ª), o Brasil ainda não cobriu a lacuna que separa seu setor produtivo das universidades e segue com dificuldade de inovar.

Com a maioria dos cientistas e engenheiros distribuídos em atividades acadêmicas de P&D, a disponibilidade de mão-de-obra qualificada nas indústrias brasileiras ainda é um problema a ser solucionado (países desenvolvidos como os EUA possuem cerca de 80% de cientistas e engenheiros nas empresas), assim como a precariedade do sistema de ensino, principalmente em relação à qualidade do ensino de matemática e ciências.

O conhecimento gerado pelas instituições de ensino e pesquisa não é, de maneira expressiva, difundido e transferido para o ambiente no qual se insere as técnicas, os métodos e os conceitos já dominados, de forma que ele fica limitado às suas origens e não contribui para o desenvolvimento sustentável local. Surge, então, um dos principais gargalos nacionais: como transformar a excelência da pesquisa científica em práticas inovadoras?

Os limites existentes entre universidades e empresas devem-se principalmente aos objetivos às vezes antagônicos dessas entidades. Por um lado temos as empresas interessadas basicamente na industrialização, enquanto as universidades preocupam-se mais com a pesquisa básica. Percebe-se certo distanciamento entre o que o pesquisador pensa em fazer e o que o mercado realmente necessita. Dessa forma, muitas das tecnologias desenvolvidas não encontram aplicações práticas nas indústrias ou apresentam desempenho inferior ao que era esperado. Também há a possibilidade de as tecnologias tornarem-se obsoletas antes mesmo de serem oferecidas ao mercado, devido à demanda de ciclos de vida cada vez mais curtos e às diversas pesquisas realizadas simultaneamente em todo o mundo.

Podemos considerar que a inovação é importante para economias que se aproximam das fronteiras do conhecimento, como é o caso do Brasil. Segundo dados da Organisation for Economic Co-operation and Development, as atividades ligadas à geração, uso e difusão do conhecimento já correspondem a mais de 50% do PIB de países desenvolvidos. Apesar de todas as ações voltadas à inovação (recentemente o Plano Brasil Maior com o lema “Inovar para competir, competir para vencer”), os investimentos em ciência, tecnologia e inovação são ainda pouco significativos, com expectativa de alcançar apenas 1,8% do PIB em 2015.

De uma forma geral, sabemos que a inovação caminha lentamente em países com baixos níveis educacionais e com mercados ineficientes ou sem infraestrutura adequada. Da mesma forma, a inovação é também desfavorecida tanto em países sem instituições que garantam direitos de propriedade intelectual, quanto em países com baixa capacidade tecnológica, seja no sentido de transferência de tecnologia ou de alcance tecnológico.

O Brasil tem grande potencial para inovação, porém ainda temos muito a melhorar. A educação básica no país ainda é precária, existe pouca mão-de-obra qualificada nas empresas e a proteção de propriedade intelectual ainda é um processo crítico. Adicionalmente, podemos citar os seguintes fatores que são problemáticos no país: infraestrutura, crédito caro, práticas gerenciais ultrapassadas, estrutura tributária complexa, burocracia excessiva, corrupção e criminalidade elevada.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A GDC para todos, para muitos e para alguns

A Gestão da Dinâmica do Conhecimento, na sua forma mais simples, está ao alcance de todos. Ela se refere, inicialmente, a todos os hábitos que tenham sido bem escolhidos e transmitidos pela educação de berço. E também a todas as atividades que não dependem de teorias para serem executadas, podendo ser aprendidas diretamente ou mediante treinamento.

Contudo, todos podem ter mais consciência da aplicação da GDC. E, se tiverem tal consciência, poderão avançar para temas cada vez mais complexos, mas sempre a partir dos seus melhores praticantes disponíveis. O resultado serão novos hábitos e, se houver boa discussão crítica, mais cuidado na análise e proposta de solução de cada problema novo.

Se na sua versão para todos, a GDC pode ser praticada individualmente e, eventualmente, coletivamente, na  sua versão para muitos ela exige treinamento mais detalhado para o trabalho em equipe. Essas equipes podem ser do tipo voluntárias, como nos Círculos de Controle de Qualidade, ou no formato de equipes montadas especialmente para resolver certos problemas em caráter eventual.

Contudo, ainda se pode pensar na GDC sendo aplicada por poucos - os especialistas-. Eles precisam ter formação quanto às ferramentas da Engenharia de Produção, por exemplo. Neste caso, pode-se chegar a algo parecido com a metodologia Six Sigma, ou outras que exijam grande preparação para solução de problemas considerados como altamente especializados, e passíveis de produzirem resultados de alto impacto.

Essa analogia está de acordo com a metodologia adota por Singapura para melhorar sua competitividade. Neste caso o para todos foi implementado com a aplicação nacional do Programa 5S. O para muitos foi implementado por algo semelhante aos Círculos de Controle da Qualidade. O para poucos foi implementado por meio da aplicação das ferramentas da Engenharia de Produção.

Na primeira versão, basta mobilizar corações e mentres apresentando o conceito de forma simples. Na segunda, é preciso mobilizar equipes, apresentando o conceito tanto na sua forma simples, como ligeiramente mais detalhada, para efeito de treinamento. No terceira, é preciso um treinamento avançado. Nas três versões, contudo, é preciso estar atento ao fato de a avaliação inicial sobre a natureza do problema poder estar equivocada.

Às vezes, algo considerado simples pode tornar-se complicado. E algo considerado difícil e complicado pode ter uma solução simples. Dai a necessidade de saber quando é melhor solicitar que especialistas sejam mobilizados para resolver o problema, ou quando vale a pena treinar equipes para que elas aprendam a resolver problemas, tendo em vista aplicações futuras.