sábado, 14 de dezembro de 2013

O Problema da Verdade e a Solução de Problemas

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. João 8:32”.  Esta é uma afirmação cujo valor fundamental pode ser constatado por qualquer pessoa mentalmente sadia,  no tempo,  antes e após a tomada de decisões.  

Outra máxima de grande valor  vem do Bhagavad Gita, considerado o documento  síntese do pensamento védico que remonta a cerca de três mil anos antes de Cristo, procedente do Vale do Hindu, atual Índia: “O verdadeiro conhecimento é aquele no qual o conhecedor torna-se um com aquilo que é.” Dessa afirmação decorre que “ Aquilo que é, é a verdade.”   

Apesar das muitas acepções que os dicionários trazem sobre o vocábulo, evidencia-se, para mim, que sua definição mais precisa pode ser dada como: “A verdade é o que  é.” Essa definição dá uma solução literal genérica à pergunta “O que é a verdade?”, restando respondê-la para cada situação concreta particular, por meio de pesquisa, individual e coletiva, do tema em questão.

A filosofia, a religião e a  política evidenciam que o problema central da verdade é encontrar um critério de verdade que seja verdadeiro. Nesses campos, formam-se partidos que têm fé em certas visões de mundo, e seus adeptos, quando esgotam os seus argumentos, costumam, ou costumavam, agir com violência para impor os seus pontos de vista, exceto se adeptos da  não-violência.

De acordo com Einstein - veja-se o livro A Imaginação Científica, de Gerald Holton - é a fé que move a busca da verdade, principalmente na ciência avançada. A razão é o seu instrumento de pesquisa ou, como disse Freud "a fraca luz" que orienta essa busca. No livre mercado, nem mesmo está em jogo a busca da verdade, mas a satisfação de desejos, manifestos ou latentes, estes últimos estimulados a virem à tona pela propaganda. Contudo, a verdade acaba se impondo nas situações-limite nas quais as leis naturais são desafiadas. 

Nesta reflexão, interessa a verdade sob a perspectiva da vida prática. Admite-se que se deve partir do conhecimento mais avançado acessível, garantir o domínio desse conhecimento e caminhar buscando melhores soluções para os problemas práticos encontrados, sob as restrições inerentes à situação.  Contudo, esses resultados provisoriamente satisfatórios podem esconder verdades ocultas que são como passivos de riscos submersos que emergem em determinados momentos com consequências negativas avassaladoras.

Isso aconteceu muitas vezes ao longo da História, e ainda acontece hoje. Algumas dessas verdades não são tão ocultas, mas apenas  ignoradas em função de interesses de curto prazo,  até que imponham crises decisivas, exigindo uma nova postura. A busca da verdade visando à solução dos problemas da vida exige persistência, disciplina e método, sob a perspectiva  de um melhorismo contínuo da  qualidade dos resultados alcançados.  

A imitação, a imitação criativa e a inovação de ruptura embora, idealmente, devessem ser buscadas como etapas evolutivas sucessivas, - caso da Coreia do Sul -, podem conviver ao longo do tempo - caso da China atual -. Quanto ao método, ele consiste, grosso modo, em: ideação, experimentação, sistematização e posta em prática da solução encontrada,  com permanente atenção à pergunta  “sastisfaz?”. Quanto aos critérios de decisão, eles são vários, sejam tecnicamente necessários, legalmente impostos ou estabelecidos pelo acordo entre as partes envolvidas. E assim avança a tecnologia do conhecimento.

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