quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Padronização versus inovação

Há quem pense que a padronização é pouco nobre, e que é preferível inovar sempre. Mas essa é uma ideia errônea que decorre da falta de domínio da dinâmica do conhecimento produtivo.

Se a empresa está em operação, e é desorganizada, ela precisa da padronização que decorra de estudos que identifiquem os processos que valem a pena ser padronizados. Num primeiro momento, há que se restaurar o bom hábito da organização em geral, mobilizando a todos para eliminar a bagunça e criar um ambiente ordenado e propírico à inovação.

Para tal é preciso fazer um diagnóstico da situação, bem como proposições que alimentarão experimentos de padronização. Estes, se bem sucedidos, precisam então ser cofirmados por algum tempo durante a operação propriamente dita até que os resultados obtidos tenham se estabilizado.

O objetivo de uma padronização bem-feita é alcançar previsibilidade nos resultados. Só então pode-se caminhar rumo à inovação como um investimento necessário para se garantir um futuro sustentável.

Em alguns casos a inovação se impõe como condição de vida ou morte, e não há como planejá-la nos mínimos detalhes. Em outros, é possível dedicar parte dos recursos financeiros e do tempo em experimentos de inovação. A empresa 3M, por exemplo, estimula que cada colaborador dedique cerca de 15% do seu tempo a projetos de inovação livremente escolhidos.

Pelo mecanismo de crescimento e poda a 3M seleciona, ao longo do tempo, os projetos mais promissores para dar-lhes suporte. Isso faz com que a empresa mantenha um ambiente apropriado à inovação, mas sem forçar a situação. Ela prepara o terreno, planta sementes nem sempre puras, e elimina o joio do trigo após o seu nascimento.

A empresa Aple tem sido reconhecida por sua grande capacidade de inovar, neste caso tendo como principal agente impulsionador do processo seu fundador Steve Jobs. Porém, mesmo essa empresa precisa produzir e, durante a produção, ter certeza de que os processos e os produtos sejam padronizados para garantir a qualidade final.

Assim, percebe-se que não há choque entre padronização e inovação, pois eles são conceitos complementares para a melhoria contínua do desempenho das empresas no mercado competitivo.