quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O raciocínio estratégico segundo Kenichi Ohmae

Este texto é um resumo, em parte literal, da Parte 1 do livro O Estrategista em Ação, de Kenichi Ohmae, sobre o raciocínio estratégico. Segundo Ohmae, a criação de estratégias competitivas exige, entre outras, duas habilidades fundamentais: intuição e raciocínio estratégico. A intuição é essencial, pois é através dela que todo conhecimento adquirido toma uma nova forma, muitas vezes inovadora. Trata-se de um fenômeno mental complexo e difícil de se explicar. É algo que todos possuem, mas que não sabem dizer de onde vem, nem como obter intencionalmente quando dela se precisa. Ela incorpora elementos subjetivos e relacionados ao estado emocional e físico do indivíduo, sendo influenciada pelo ambiente.

Os estrategistas visionários e realistas devem ser capazes de exercitar o raciocínio estratégico na elaboração de planos de sobrevivência a longo prazo. Ele é construído pelo treinamento na capacidade de conjugar, sintetizar ou reembaralhar fenômenos até então não relacionados entre si, de forma a conseguir uma solução ótima para o problema enfrentado ou posicionamento desejado. Mas, para isto, são necessários métodos analíticos, disciplina mental e trabalho duro. O diagrama de árvore de estratégia é a ferramenta individual mais indicada e usada para tal.

Isto faz da análise um ponto de partida fundamental, pois, é a partir de métodos analíticos que o problema é desdobrado em seus elementos essenciais os quais, posteriormente, são agrupados em conjuntos de problemas comuns. Cada problema deve ser estudado na sua fonte, para então se levantarem as hipóteses para uma posterior validação. Das informações validadas, deverão ser feitas abstrações ou diagnósticos causais, fundamentando assim a formulação de possíveis planos de ação. Este processo de afunilamento causal só se torna eficaz quando se fazem as perguntas certas e direcionadas para a solução. Assim, o conhecimento a respeito da atividade torna-se essencial para a criação de soluções significativas.

A análise exige, além de método, uma vasta elasticidade mental, para que se enxerguem as melhores entre as muitas soluções possíveis. Entretanto, não é fácil alcançar este nível de raciocínio. Ter conhecimento não é suficiente, uma vez que cada situação se apresenta como um novo desafio, podendo dar a sensação de que o caso é impossível de solucionar. O raciocínio estratégico deve ser praticado dia após dia, como uma filosofia de vida. Um dos seus grandes segredos é o “conhecer a si mesmo”, o que implica descobrir as próprias limitações e qualidades.

Um bom estrategista busca o contato com novos ambientes e exercita a curiosidade e o condicionamento físico. Usa o tradicional bloco de notas para registrar suas captações, e está sempre atento à formação de uma mente treinada na arte da criação e interpretação dos fenômenos que, como se costuma dizer, “estão no ar”. Essa postura mental deve ser alimentada com um impulso interior suficiente para suportar a inércia organizacional e social, sempre resistentes às mudanças e avessas ao risco. Este empecilho pode ser contornado eficazmente se praticado o raciocínio estratégico em equipes, de preferência multidisciplinares, conferindo ao grupo, e conseqüentemente à organização, uma mente preparada e ‘antenada’ quanto à realidade global.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A leitura estratégica

Raciocinar e ler estrategicamente são habilidades paralelas. Neste artigo apresenta-se um roteiro básico para a leitura estratégica adaptado a partir das recomendações de Adler e Van Doren, autores de Como Ler um Livro. A base de tudo é a habilidade de leitura elementar que se adquire no nível fundamental; mas, os níveis mais avançados são três: o prospectivo, o analítico e o sintópico. O domínio desse nível elevado de leitura prepara o pesquisador capaz de usar a informação existente para criar conhecimento.

O nível prospectivo consiste, basicamente, em se ter uma visão do todo antes de se decidir pela análise detalhada de suas partes. Deve-se primeiramente identificar as fontes primárias, portadoras das informações práticas e teóricas mais relevantes sobre o tema, a partir de autores, profissionais e organizações com credibilidade acima de qualquer suspeita. Feita a relação e classificação preliminar das fontes de informação, passa-se à sua pré-análise. No caso de livros, isso eqüivale a tomar posse da idéia do conjunto, analisando a orelha, o sumário, a introdução, um ou outro parágrafo de cada capítulo, a conclusão, se houver, as referências bibliográficas e o índice remissivo. No caso de artigos, deve-se ler o resumo e a conclusão; valendo a pena, deve-se ler a metodologia e, só então, decidir pela leitura aprofundada. Todo material com algum potencial de uso deve ser completamente identificado, de forma que se possa voltar a ele mais tarde, ou citá-lo de acordo com as normas da ABNT.

A próxima etapa, a da análise, tem o objetivo de se alcançar completo domínio sobre as fontes escolhidas para aprofundamento. Nesta etapa, além de dominar cada argumento e conceito expresso pelo autor, deve-se questioná-lo, destacando as dúvidas que não foram esclarecidas. Como resultado final da leitura, além dos materiais isolados do texto para citação posterior, recomenda-se reinterpretar o conteúdo, seja fazendo um diagrama e/ou um texto sintético, agora sob a perspectiva do leitor. Para citações posteriores é preciso que esteja claro quando se faz referência direta ao material do autor lido, na íntegra, geralmente por meio de citações entre aspas, ou quando se faz a interpretação desse material.

O último e mais avançado nível de leitura foi chamado de sintópico, por Adler e Van Doren. Consiste em comparar várias fontes de informação sobre o mesmo assunto, identificando com clareza no que diferem e no que estão de acordo. O resultado final desta leitura deve ser uma reinterpretação do tema abordado, por meio de conceitos, esquemas, tabelas comparativas e textos que contenham o que há em comum entre as diversas fontes, bem como o que há de diferente entre elas. Ao fazer isto, reinterpreta-se o assunto sob uma perspectiva que pode ser melhor, mais clara e mais profunda do que o trabalho de cada autor em particular, às vezes impondo-se aos autores uma terminologia que nenhum deles usou, mas com a qual todos concordariam. Assim, a informação sobre o assunto é reorganizada, criando-se a possibilidade de, por meio de experimentos reais, recriar o conhecimento sobre o tema conjugando-se a imitação, o aperfeiçoamento e a inovação. Não se pode esquecer de que o ciclo completo da dinâmica do conhecimento envolve: ideação, experimentação, sistematização, o operação e contínuo questionamento sobre meios e resultados.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Ensino-aprendizagem

Um método promissor para ensinar o aluno a aprender com alegria

1. Algumas Fontes do Método Usado
Pesquisas permanentes sobre como os profissionais aprendem e trabalham
O Modelo Japonês de Gestão, com ênfase no Sistema Toyota de Produção
Teorias diversas sobre ensino-aprendizagem

2. Objetivos
Preparar o aluno para aprender de forma autônoma, colaborativa e acelerada
Produzir materiais de consulta para o próprio aluno e para iniciantes no assunto
Promover a garantia de qualidade na aprendizagem

3. O Método
3.1 - Suporte metodológico geral
3.1.1 - Ensino-aprendizagem: reflexão para atualização de um Projeto Pedagógico

3.1.2 - A leitura estratégica

3.1.3 – O raciocínio estratégico

3.1.4 - A Dinâmica do Conhecimento

3.2 - Passos Principais
3.2.1 – Apresentação do material selecionado pelo professor
3.2.2 – Domínio global superficial do conjunto de textos
3.2.2.1 - Leitura prospectiva de todo o material (segundo texto 3.1.2)
3.2.2.2 – Representação dos temas e conceitos por meio de um único diagrama de conteúdo em formato A4
3.2.2.3 – Apresentação oral do material produzido em no máximo 05 minutos
3.2.3 – Domínio completo de um dos textos
3.2.3.1 - Seleção de um dos textos para aprofundamento, a critério do aluno
3.2.3.2 - Leitura analítica do texto (segundo texto de apoio 3.1.2)
3.2.3.3 – Elaboração de um diagrama de conteúdo do tema em formato A4
3.2.3.4 - Apresentação oral do tema em cerca de 05 minutos
As etapas 3.2.2.2 e 3.2.3.3 são repetidas até que o público-alvo aprove os diagramas produzidos. O público-alvo inicial são os próprios alunos. O professor coordena, em classe, a avaliação do material. Simulam-se as etapas principais do desenvolvimento de um produto. Havendo necessidade, o próprio professor consulta outros públicos-alvos (calouros, por exemplo). Após a aprovação do público-alvo, sob o ponto de vista estético e de facilidade de compreensão, o professor faz a avaliação final quanto ao conteúdo e sua coerência interna.
3.2.4 – Continuação da Aprendizagem
De acordo com os resultados obtidos, planeja-se o restante do semestre letivo levando em conta as sugestões dos alunos.
3.2.5 – Variações do Método
As variações do método ocorrem de acordo com a situação. Em alguns casos, o material é apresentado já na sua forma apropriada ao estudo. Eventualmente há uma combinação de métodos. Uma das possibilidades é que o aluno faça levantamentos das fontes de conhecimento, envolvendo: praticantes, sistematizadores e analistas do tema. Combinam-se, em todos os casos: a imitação, o aperfeiçoamento e a inovação.

4. Resultados Finais Obtidos com o Método
Ex-alunos satisfeitos após suas experiências profissionais.
Materiais didáticos de alto nível para consulta dos próprios alunos e outros interessados.
Aproximação do perfil do engenheiro estipulado pelo MEC e pelo mercado.