O nome de algo, quando dissociado do seu conteúdo, pode causar
grande confusão na comunicação. Veremos, a seguir, algumas dessas confusões no
campo da gestão.
Tivemos a tão aclamada e, depois, repudiada, administração
científica; mas, poderia a administração ignorar o método científico numa
formatação conveniente ao contexto? Ele foi popularizado pelos japoneses por meio de uma
versão instrumental sintetizada na sigla PDCA.
Tivemos o surto da administração por objetivos; mas,
poderia alguma administração ignorar objetivos?
Fala-se, hoje, em Gestão pelas Diretrizes, Gerenciamento para Resultados
e Balanced Score Card que, no fundo, significam a mesma coisa.
A administração, dizem alguns, deve ser contingencial,
isto é, deve levar em consideração os elementos únicos da situação. Ora, como
poderíamos gerenciar negócios e resolver problemas ignorando as contingências?
A administração deve fundar-se nas relações humanas.
Está certo; mas, poderia ser diferente
sem se desprezar o bom senso?
Diz outra linha: - é preciso aplicar a teoria
sócio-técnica. Se as organizações fundam-se na tecnologia e nas pessoas, não
seria racional que as teorias fossem sócio-técnicas, sempre?
A qualidade de tudo deve ser buscada por todos, para
todos, com uso produtivo dos recursos; isto é, deve-se buscar a Qualidade
Total. Há como fugir dessa tendência sem tornar-se socialmente irresponsável e
obter o repúdio da sociedade?
A administração deve ser estratégica, levando as
organizações a posicionarem-se em função
de escolhas racionais quanto à sua forma de contribuir para a sociedade. Como
justificar outro tipo de administração?
Devemos cuidar do empreendedorismo, e não apenas de
administração dos empreendimentos existentes. Está certo, mas não se deve
incentivar a atitude empreendedora sempre, até como condição para a perpetuação
do negócio?
Já passou a era da qualidade, dizem, estamos na era da
inovação. Não deveríamos estimular sempre a dedicação de uma parcela de nossas
atividades à inovação?
Estratégia Seis Sigma é a onda do momento. Façamo-la. Mas
o que é isso? Não foi essa a estratégia buscada com entusiasmo pelos japoneses
desde 1950?
Devemos criar o futuro. Sim, mas há algum mágico
capaz de criar o futuro, a não ser quando acredita na inovação e corre os
riscos, como sempre ocorreu na história da humanidade?
Enfim, o que interessa mesmo é realização do
potencial humano disponível, atuando sobre os recursos naturais existentes. Suar a camisa para dominar a dinâmica do
conhecimento, compartilhando emoção e
linguagem, é a solução genérica geradora de soluções específicas.
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